Às vezes pergunto-me o que passará na cabeça das produtoras
de TV para não prosseguirem com algumas séries enquanto outras, bem mais fracas,
têm sequelas intermináveis. O exemplo mais gritante para mim foi Jericho, teve
mais do que uma temporada mas ainda assim era uma série que dava pano para
mangas e que colava o espectador ao écran até ao último minuto. Este tipo séries
tem mérito. É nestas que nos conseguimos relacionar com a história, com o
argumento e com as personagens em si. Esperamos ansiosamente para ver o
episódio a seguir pois nenhum capítulo encerra em si uma conclusão deixando-nos
sempre na expectativa de que algo melhor estará para vir. Os CSI´s, as Mentes
Criminosas, os NCIS´s e essas tantas séries da vida que estão aí aos pontapés e
já não trazem nada de novo é que proliferam. Delas apenas guardamos na memória
nomes soltos tipo Horatio ou Kensi mas não guardamos qualquer capítulo
relevante que realmente nos tenha tocado, qualquer momento que nos tenha
realmente emocionado ou colado ao ecran e todos começam e acabam da mesma
maneira com o bom a ganhar sobre o mau! Parece ser esta a fórmula que faz com
que estas continuem a prevalecer sobre as restantes.
Outra das séries que
eu gostava que a sua 2ª temporada tivesse visto a luz do dia e que deixou
espaço para isso foi “Persons Unknown”-“Desconhecidos”.
A História gira à volta de um grupo de desconhecidos que um
dia acorda num quarto de um motel de uma cidade deserta mas repleta de câmeras
de filmar, muito ao estilo Big Brother. Ninguém sabe por que lá se encontra nem
como foi lá parar e pior de tudo, como sair. Esta série deixa-nos expectantes para
ver qual o passo que cada um vai dar para sair daquela situação, as traições
internas, a conspiração por detrás do mistério e a relação que os personagens
criam entre si fazendo-nos automaticamente identificar-nos com algum e
escolhendo o herói a nosso bel prazer. Mas… aparentemente não foi suficiente
para continuar, mesmo com um final em suspense! E por falar em finais que ficam
em suspense também não vou deixar de mencionar a série The Gates.
Goste-se ou não do género ficcional do fantástico que mete
vampiros, lobisomens, bruxas, ou até sugadores de vida, a série The Gates veio
criar nos seus seguidores mais uma vez aquela vontade, aquele nervoso miudinho
de querer ver o episódio seguinte seguindo o argumento atentamente. A acção
passa-se no condomínio fechado “The Gates” para onde o polícia Nick Monohan se
muda com a família. Esta pequena comunidade fechada, de proprietários abastados
e estranhos, assemelha-se a uma pequena localidade com todas as infraestruturas
que uma cidade comporta, inclusive um posto de polícia, onde Nick assumirá o
controlo da segurança interna. À medida que a série avança Nick e a família vão
perceber que aquela comunidade esconde mais segredos do que os que seriam
esperados e um conflito entre grupos rivais vai desencadear uma guerra há muito
tempo silenciada.
Parece que este tipo de histórias de comunidades fechadas,
grupos isolados, cidades sob pressão, personagens complexas, eventos
inexplicáveis e todo um género de ficção misterioso ainda não é tão amado pelo
grande público como deveria. Uma pena! E agora resta saber quem é esse Grande
Público! É talvez o tipo dos que não gosta muito de pensar, de se sentir
motivado, espicaçado ou de sentir seja o que for ao apreciar uma boa história,
nem que essa esteja mesmo à frente dos seus olhos! Preferem as séries como o “Chuck”
ou o “Espião fora de jogo” e outras tantas séries medíocres que continuam a
figurar no panorama televisivo com temporadas intermináveis. Não há paciência para esse "grande público"…que de "grande" pouco tem!
CNL
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