Andei a resistir a esta série durante uns anos. Fui
apanhando cenas soltas em zappings televisivos e a imagem da Anna Paquin, de
quem nunca fui fã, ensombrava-me de tal maneira que me fazia mudar logo de
canal, tinha até um certo nível do chamado “asco” só de pensar nesta série.
O que nos faz então gostar ou não de alguma série? Por vezes
não é a qualidade do argumento ou dos actores ou mesmo da história. Às vezes é
pura e simplesmente porque não estamos para aí virados. Ou estamos numa altura
da nossa vida em que procuramos determinados gostos. Mas porque os gostos podem
mudar e a nossa predisposição para as coisas também, assim mudou a minha
percepção desta série.
No outro dia decidi
então começar a ver a série do início, uma das coisas importantes também a ter
em atenção pois ,o facto de não apanharmos uma série do início, pode
condicionar toda a nossa experiência sobre ela. Escusado será dizer, para quem
já é fã da série desde que ela começou que… colei no écran! Que é o mesmo que
dizer, fiquei automaticamente viciada vendo vários episódios logo” de rajada”
tal é boa e convincente a acção.
Para quem não gostava da Anna Paquin, eu oficialmente
tornei-me sua fã. A sua performance como Sookie Stackhouse é brilhante, a sua
pronúncia sulista, a sua personalidade, a sua postura e a sua ingenuidade
nonsense fazem-nos gostar cada vez mais dela à medida que os episódios vão
avançando. No brilhantismo das actuações também não lhe fica atrás também a sua
melhor amiga de infância, Tara Thornton, interpretado por Rutina Wesley, uma
personagem de raça negra com sérios problemas raciais com os brancos, recalcada
por uma mãe alcoólica e abusiva, cheia de agressividade e cinismo com um toque
de humor negro. Ainda no rol dos momentos cómicos, pois toda a série tem o
humor negro bem presente, está Jason Stackhouse, irmão de Sookie, um tarado
sexual, burro que nem uma porta, algo “naif” com a mania que é a última
coca-cola no deserto, que nos consegue arrancar verdadeiros momentos
hilariantes ao estilo de “Eram todos bons rapazes”. Ainda entre as personagens
marcantes temos a personagem Lafayette Reynolds, interpretado por Nelson Ellis,
um cozinheiro no bar/restaurante local mais frequentado de “Bon Temps”, gay,
traficante, calceteiro, prostituto e primo de Tara, uma personagem surreal a
parecer saída de um filme do Tarentino. Ainda estou na 1ª temporada, por isso
para muitos dos fans nada disto é novo mas há uma vantagem em só agora estar a
ver o True Blood… posso ver todas as temporadas de seguida sem ter de esperar
pelas novas. E por falar em nova, True Blood vai para a sua 5ª temporada! A partir
de Junho deste ano a HBO, canal que transmite a série, inicia uma nova
temporada. Até lá consigo ver todas as temporadas que me faltam ainda e sigo
para a 5ª com a memória fresquinha! Ressalvo ainda o brilhante genérico da
série e a música escolhida (Bad Things de Jace Everett)! A realização, que eu
também não sabia é de Allan Ball, o mesmo de “ Sete Palmos de Terra”. True
Blood é uma série excelente que faz corar de vergonha os últimos filmezinhos de
vampiros que têm saído no cinema! A série é baseada na obra literária de
Charlaine Harris, os livros de “Sookie Stackhouse”! Brilhante!
CNL
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