The Littlest Hobo - O Cão Vagabundo
Ano: 1979-1985
CNL
terça-feira, 15 de maio de 2012
Vida Inesperada: mais uma entre tantas outras…
Existem aquelas séries que gostamos de paixão, aquelas que
odiamos de morte e depois existem aquelas que não são carne nem peixe, que
vemos no entremeio de outras séries que estamos à espera, ou simplesmente
quando não temos mais nada para ver e ficamos em frente à televisão. São
aquelas que chamo de séries telenovelo-dramáticas para passar tempo. Assim é
“Vida Inesperada”(Life Unexpected). É um dramazito rafeiro sobre uma
adolescente de 16 anos que, após anos a viver em lares de adopção, acaba por
encontrar os verdadeiros pais, eles próprios ainda na fase da adolescência
mental, apesar dos seus 30 anos. A escolha de todos os actores parece ter sido
feita numa agência de modelos pois, mesmo que a história não seja grande coisa,
os diálogos previsíveis, as situações já vistas dos dramas dos adolescentes de
16 anos ou dos adultos mal resolvidos, sempre não é uma série de todo
desagradável à vista. Mas daí, existem muitas séries não desagradáveis à vista
que mesmo assim são impossíveis de ver. “Vida Inesperada” vê-se mas não se
morre de amores por ela, não se fica a pensar no assunto e também não se
procura desesperadamente por ver o próximo episódio. A série teve 2 temporadas
(de admirar como chegou à 2ª pois o assunto era fraquito…) e audiências
vergonhosas na estação de televisão ABC. Uma tentativa fraquita de tentar chegar
aos calcanhares de “Gilmore Girls- Tal mãe, tal filha” ou de “Juno”, como o
estúdios da ABC quiseram fazer prever mas que falhou redondamente o alvo.
Vê-se, se não houver
mais nada de interesse na tv, e qualquer que seja o episódio que apanhemos
sabemos sempre que estará no mesmo sítio e que nada de relevante se passa, a
série não avança.
CNL
segunda-feira, 14 de maio de 2012
Marés Vivas: o marco de uma geração
Apesar da perspectiva que tivemos outrora, hoje em dia todos já sabemos que é mau, e encontramos todos os defeitos e mais alguns, ridicularizamos as cenas que hoje parecem amadoras e ainda assim ficamos colados ao écran quando nos cruzamos com um episódio das Marés Vivas. Foi o marco de um geração, sim, os anos noventa não perdoaram e hoje em dia quem não os perdoa quando assistimos a um episódio do Mitch Buchannon a correr na praia e a meter a barriga para dentro, somos nós. Mas o facto é que as Marés vivas trouxeram na altura uma data de novidades e abriram a porta ao sonho californiano por todo o mundo. As bombas loiras de fatos de banho puxados até às ancas, a novidade do silicone com as boias nunca antes vistas da Pamela Anderson, os homens com ar de modelos e corpos suados a correrem de boia vermelha na mão (à excepção do Newmie…coitadinho, sempre sofreu com aquele bigodinho e a careca…mas era realmente, ainda na altura, o único que aparentava perceber o que estava a fazer), o regresso do “Justiceiro” que tinha deixado saudades nos anos 80 e que agora apesar de “Over the Hill” tentava ainda resolver os casos de polícia quando era apenas um nadador salvador, as histórias com final feliz e fundo moral, enfim, uma panóplia de razões que nos faziam colar ao écran de cada vez. Claro que na altura não percebíamos que o fundo do mar não se poderia parecer com um aquário, que elas estavam sempre maquilhadas independentemente da situação, que as cenas em câmera lenta com fogo era para que não nos apercebêssemos de que era apenas uma pequena fogueirita a arder, que o mar parecia sempre parado quando a câmera filmava ao perto, ainda que todos estivessem no meio de uma tempestade ou até mesmo que era impossível mulheres fraquinhas daquele calibre conseguirem puxar alguém do mar (isto depois de terem nadado em pose até chegarem à vítima). Mas o que marcava mesmo a série na geração dos anos 90 era o videoclip que passava sempre em qualquer altura. A música a preceito, com os protagonistas a correrem na praia ou em cenas de solidão, tristeza e até afecto, faziam a delícia da “geração MTV”, dos videoclips.
Ainda que no fim tenhamos que ouvir a música do genérico cantada pelo David Hasselhoff, a verdade é que, passados todos estes anos, quando ouvimos aquelas batidas iniciais reconhecemos as Marés Vivas e quanto mais não seja, esperamos para ver o grupo correr em conjunto na praia e sorrimos por dentro. Que altura fantástica aquela!
CNL
terça-feira, 8 de maio de 2012
Onde está a luz da 2ª temporada da Guerra dos Tronos?
Eu sou daquelas pessoas que leu os livros do George R.R. Martin
na transversal. Aproveitei umas tardes na Fnac e passei os olhos por todos os
volumes. Não me puxou tanto ler os livros como ver a série pois a verdade é que
o livro não está escrito como a série! A escrita de Martin é como direi…diferente,
compacta, por vezes até algo maçadora, coisa que os argumentistas da série
fizeram um bom trabalho a reescrever. Mas não é sobre a escrita dos livros que
quero falar mas sim da 2ª temporada série da Guerra dos Tronos. Foi prometida pelos
argumentistas para esta temporada uma tónica mais “pesada” algo “dark” devido à
guerra em Westeros mas, o que o público não estaria à espera é que isso também
se iria reflectir na fotografia/imagem/iluminação geral. É que esta temporada
está tão “dark” em termos imagéticos que parece que filmaram a série toda de
noite, até nas cenas passadas durante o dia parece que estamos numa masmorra
pouco iluminada! (Vejam o exemplo da Cersei quando é visitada no seu quarto,
durante o dia, por Tyrion). Os cenários deixaram de existir, assim como a
iluminação, para dar a lugar às velas, à escuridão e ao jogo das sombras. A
dificuldade em percebê-las é tal que nem com todas as luzes da sala desligadas
em casa, tal qual sala de cinema, conseguimos por vezes distinguir o que se
passa em volta. Dá-nos sempre a sensação que estamos com um problema qualquer nos
olhos, ou então é o “contraste” da TV que não está ajustado tal é a escuridão
em que tudo se passa.
Seja para lá da Muralha com a Patrulha da noite, nas
ilhas de Ferro, em Winterfell, em Kings Road ou até em Kings Landing, parece
que toda a acção passou a ser nocturna. Só as cenas de Daenerys Targaryen na
terra dos Dothraky é que ainda nos dão um vislumbre do dia, ainda que estes nos
apareçam em cenários áridos, despidos e algo esbatidos.
O facto de ter lido os livros na transversal deu para
entender o surgimento de novos personagens como Brienne, por exemplo, ou até
acontecimentos que levarão a mais mortes inesperadas, que não vou aqui dizer
para não estragar o suspense a ninguém. No entanto não esperei que a história
dos Stark fosse perder força tão cedo para dar lugar a outras personagens,
algumas bem menos interessantes que estão a espalhar-se na acção. Espero que a
perda de protagonismo dos Stark, que acompanhamos desde o início da primeira
temporada, não venha a desvirtuar totalmente o “core” da acção, para mim, a família dos lobos que seguimos desde o início. Ou seja, a propósito
do que escrevi sobre o Prison Break, espero que a sensação que venhamos a
experienciar depois desta temporada não seja a mesma que tivemos com as sequelas de Mike Scofield fora da prisão.
Quanto à realização estou deveras desiludida. Se
não tivesse começado a seguir a Guerra dos Tronos desde o início e apenas
apanhasse a 2ª temporada, não teria paciência para a seguir pois a imagem de
uma série também é a sua identidade, não nos podemos agarrar apenas à história,
para isso é que existem os livros!
CNL
segunda-feira, 7 de maio de 2012
Momentos mágicos da história do Cinema
Perfume de Mulher - com Al Pacino e Chris O´Donnell
Ano: 1992 de Martin Brest
CNL
Ano: 1992 de Martin Brest
CNL
sábado, 5 de maio de 2012
Filmes de Zombies e apocalipses!
Parece que a fórmula das séries apocalípticas está a passar para o cinema. São às dezenas, os trailers de filmes sobre o fim do mundo, zombies, ou sobreviventes em situações limite. Hoje entretive-me a ver alguns que já estrearam (não em Portugal, para não variar) e outros que ainda estão para vir em 2012. Uns valeram a pena, outros nem tanto. Sobretudo para quem é fã das séries Walking Dead ou Jericho, este tipo de filmes poderá despertar a curiosidade mas deixará sempre uma sensação de que alguém quis aproveitar a "boleia do sucesso" através do "copianço"... deixo ao critério de cada um. Ficam aqui 4 dos trailers que me despertaram curiosidade. Agora, se são bons ou um flop... alguém que os veja e depois me conte!
The Divide – versão Jericho na cave de um edifício – Janeiro de 2012
The Divide – versão Jericho na cave de um edifício – Janeiro de 2012
Zone 261 – Versão sueca "The Walking Dead" mas com zombies rápidos e armados (estamos duplamente lix...)
Exit
Humanity- The Walking Dead em versão Guerra civil Americana –Junho 2012
Twenty years after – versão Jericho nas cavernas – de 2010
CNL
NEWS: The Wolf of Wall Street
Já algum tempo que Martin Scorsese anunciou que o seu
próximo filme terá Leonardo Di Caprio como protagonista pela 5ª vez. No entanto
o que se ficou a saber agora é que o co-protagonista será Jonah Hill, nomeado
para um óscar pela sua interpretação em Moneyball, ao lado de Brad Pitt.
Wolf of Wall Street promete ser um bom filme, não fosse o
seu realizador Martin Scorsese, o seu argumentista Terence Winter (o mesmo de Boardwalk
Empire) e a sua história apelativa, baseada nas memórias de Jordan Belfort. O
filme retrata a ascenção e queda de Belfort ao mesmo tempo que acompanha o seu
estilo de vida boémio e a sua tumultuosa vida pessoal ligada às drogas e ao álcool. Jonah
Hill vai interpretar o papel de amigo chegado de Jordan, que se deixa convencer
pelo carismático corretor da bolsa a deixar o seu negócio no ramo do mobiliário
para entrar no mundo lucrativo e volátil do mercado de acções.
Um filme que promete!
CNL
sexta-feira, 4 de maio de 2012
Prison Break Temporada 1: a rever definitivamente!
Durante uns anos esqueci-me de quão bom foi ver a 1ª temporada de Prison Break. A propósito das repetições da Fox Crime voltei há uns tempos a acompanhar esta série e fiquei novamente viciada. Este tipo de sentimento só pode querer dizer que foi uma excelente série, que, apesar de já vista e revista, continua a proporcionar-nos as mesmas sensações, ainda que saibamos como vai ser o final. Vi as temporadas todas e a última, a 4ª, terminei de vê-la em 2008.
À excepção da 1ª, as outras 3 temporadas não me cativaram muito, chegando por vezes até a ser confuso segui-las tal era o jogo trocatintas de “lados” que as personagens escolhiam estar consoante o episódio em que estávamos. Depois, a própria história da série foi sendo desvirtuada com as consequentes temporadas. Hoje, ao rever a 1ª, entendo o que falhou nas temporadas seguintes. Apesar da história de pena de morte de Lincoln Burrows e da busca pela sua inocência estar presente desde o início, o facto é que a série estava centrada em Michael Scofield e no seu plano de fuga na prisão. O dia-a-dia dos presos, as suas dinâmicas, os grupos racistas e as rivalidades com os guardas preenchiam todo o imaginário à volta da situação fazendo-nos acompanhar um grupo de pessoas numa situação limite fechadas entre quatro paredes! Quando finalmente acontece a tão esperada fuga, o propósito, a verdade é que o “core” da acção acaba! A partir daqui foi sempre a descer, o elemento fulcral perdeu-se passando a história a estar centrada na “Companhia”, na busca de uma absolvição e numa perseguição desenfreada pela captura dos foragidos. Michael cedeu espaço a Lincoln, Sara Tancredi, Sucre, T-Bag, e outros que foram surgindo. Estes ganharam mais protagonismo e perdeu-se toda a adoração que os fans tinham por Scofield. Penso que após as críticas menos boas arrecadadas pela 2ª temporada os argumentistas voltaram a tentar a fórmula da fuga da prisão sendo a 3ª temporada passada novamente entre 4 paredes, desta vez no Panama. Na altura pensei novamente que a série ia voltar “às boas” mas não. A genialidade de Michael já não era o “core” da história e com isto continuamos a seguir a história da influência da “Companhia” na governação dos EUA com todos os seus segredos, corrupções, conluios e crimes. Boring… A 4ª temporada arrastou-se fazendo as personagens confundirem o espectador com a forma como manipulavam o seu status a seu bel prazer. Para piorar bastante a questão Michael acaba por morrer no fim para dar algum sentido ou pseudo dramatismo forçado a uma série que não o teve durante toda a temporada. Enfim, uma tristeza evitável se o elemento fulcral da história(a genialidade de Scofield nos preparativos para uma fuga) não se tivesse dispersado e aterrado num elemento secundário da acção (a Companhia) que passou a ser a personagem principal( ainda que se mantivesse no anonimato praticamente até ao fim).
Talvez por tudo isto me tenha esquecido o quão boa foi realmente a 1ª temporada pois penso que acabámos por ficar com a última imagem que temos das coisas, e este foi um destes casos. As temporadas seguintes foram tão fraquinhas que mais ninguém se lembra do que realmente foi bom. Temo que isto aconteça realmente com várias séries, que começam bem a descambam logo a seguir, deixando o espectador pendurado com uma sensação de estranheza, fraude e até desilusão.
A Temporada 1 é a rever definitivamente, garanto que voltamos a sentir aquele nervoso miudinho das cenas passadas em Fox River, ainda que já saibamos o seu final!
Por tudo isto deixo aqui o trailer para quem quer matar saudades.
CNL
quinta-feira, 3 de maio de 2012
ONE FOR THE MONEY chega este mês a Portugal
Stephanie Plum regressa a casa dos pais divorciada e desempregada. Sem dinheiro para pagar a renda, ou a refeição do dia seguinte, Stephanie assiste com a família ao reboque do seu carro por falta de pagamentos. Contudo os pais de Stephanie têm planos para ajudar a filha, que incluem o casamento com o bem sucedido “geek” da terra, apaixonado por Stephanie desde a adolescência, ou, em alternativa, a procura de emprego na empresa do esquisito primo Vinnie. Plum opta com dificuldade pelo primo Vinnie iniciando-se na carreira de “bail bond recovery agent”. Esta profissão, diferente da já conhecida profissão de Bounty Hunter, só tem existência nos Estados Unidos e é desempenhada por funcionários de empresas que financiam o pagamento de cauções a presos preventivos para que estes possam aguardar o julgamento em liberdade, sendo que quando os financiados falham em comparecer a alguma diligência judicial obrigatória, cabe aos funcionários da empresa de Bail Bond a perseguição e a entrega daqueles ás autoridades. Stephanie Plum ganha alento para a sua nova profissão quando encontra, entre os procurados, um antigo namorado de liceu de quem não tem as melhores recordações. Embora a história pareça evocar algo do filme The Bounty Hunter com Jennifer Aniston e Gerard Butler, One for the Money é, de longe, um filme melhor conseguido, mais interessante e mais divertido.
Não se desencoragem os fãs de Katherine Heigl que sofreram com o pior filme da história desta atriz, sim, o inacreditável Knocked up, de 2007, pois ao contrário deste, One for the Money não dá vontade de serrar os pulsos ao fim do primeiro minuto.
Um filminho leve, de puro entretenimento, para ver ao fim de semana com a família.
O filme estreou-se em Fevereiro nos EUA e tem data de estreia marcada em Portugal para 31 de Maio sob o título “À segunda não me escapas!”(para não variar traduções de títulos, como sempre, muito adequadas....)
Aqui fica o trailer.
CSL
NEWS: VEEP acaba de estrear nos EUA mas já tem 2ª temporada na calha
Outra das séries que a HBO acabou de assinar para a segunda temporada, pouco depois da sua estreia em Abril deste ano, foi Veep.
Esta série cómica quer ser uma espécie de sátira política e é do autor Armando Iannucci. A acção está centrada na vida de uma vice presidente dos EUA , interpretada por Julia Louis-Dreyfuss no papel de Selina Meyer. Veep é o diminutivo utilizado para designar Vice President.
Não há data de estreia para Portugal nem canal de exibição para esta série.
Aqui fica o trailer!
CNL
quarta-feira, 2 de maio de 2012
NEWS: A entrevista perdida de Steve Jobs
A Magnolia Pictures acabou de adquirir os direitos sobre a “entrevista
perdida” de Steve Jobs em 1995. Na altura apenas pequenas partes desta
entrevista vieram a público, a propósito de uma série mas a grande parte foi
arquivada e, durante mais de 17 anos, julgou-se perdida para sempre. Existem rumores de que a mesma será
apresentada na íntegra sem estar editada de forma a mostrar o estado de
espírito de Steve Jobs num momento transitório da sua carreira. Isto terá sido
dois anos antes de Jobs ter retomado o controlo da Apple. Esta entrevista
gravada por Robert Cringely retoma partes da vida de Steve Jobs onde fala sobre
os primórdios da empresa, as batalhas pela carreira e a sua visão do futuro.
Será com certeza uma entrevista aguardada por todos os
seguidores daquele que foi considerado um dos grandes génios do século!
Não há data para o seu lançamento/estreia.
CNL
Vem aí : GIRLS a nova série da HBO
Estreou apenas há 15 dias nos EUA e a HBO já renovou a série para uma segunda temporada. Girls conta as aventuras e desventuras de um grupo de raparigas na casa dos 20 anos na cidade de Nova Iorque. Bem aclamada pela crítica esta série tem um tom cómico e cru muito peculiar que a distingue de outras do género.
O elenco é totalmente desconhecido do grande público e apesar das audiências medianas, a estação de televisão HBO considerou que seria uma boa aposta para uma segunda temporada.
Em Portugal a sua data de estreia e o canal são ainda uma incógnita!
Aqui fica o trailer de apresentação.
CNL
terça-feira, 1 de maio de 2012
REVOLUTIONARY ROAD: O PESADELO DO SONHO AMERICANO
Um filme perturbante que retrata a américa dos anos 50
através da vida de Frank e April Wheeler, baseado no livro com o mesmo título
de Richard Yates. Em 1955 o casal Wheeler vive o sonho americano tal qual é
publicitado pela indústria de electrodomésticos norte americana: April é dona de casa e mãe de dois filhos pequenos, habitando com
Frank uma linda casa nos subúrbios em Connecticut. Frank trabalha no escritório
de uma empresa em Nova York, para onde viaja todos os dias de comboio, a par de
centenas de homens vestidos de igual que enchem diariamente o comboio e as
estações. Aos olhos da comunidade os Wheeler são o casal perfeito: bonitos,
jovens e talhados para o sucesso. Contudo, o sentimento deste casal não é o de
felicidade. Frank arrasta-se no seu emprego, quebrando ocasionalmente a
monotonia com a sedução de uma colega de escritório. April, após ter falhado
numa carreira enquanto atriz sente-se presa a uma vida estereotipada e sem
surpresas numa gaiola dourada. É April quem primeiro verbaliza a insatisfação
que a consome sugerindo ao marido uma vida de aventura rumo a Paris, onde April
seria o ganha pão do casal como secretária ao serviço de uma organização
internacional, permitindo a Frank ter tempo disponível para descobrir a sua
vocação. Gradualmente a ideia ganha a concordância e o entusiasmo de Frank e o
casal decide contar aos amigos mais próximos o plano de mudança de continente.
A partir desse momento tudo se precipita.
Curioso é o processo mental algo dessincronizado dos Wheeler
e dos restantes amigos do casal. Os primeiros espelhando a felicidade e a
liberdade de quem está prestes a deixar para trás uma vida cinzenta e sem
brilho, os segundos, inicialmente cépticos, experimentando um sentimento de
superioridade por valorizarem, ao contrário dos Wheeler, as coisas que crêem
ser mais importantes na vida, como a segurança e estabilidade. Progressivamente
são os amigos dos Wheeler que começam a sentir a claustrofobia do sonho
americano experimentando a ansiedade e a dúvida de estarem provavelmente a
viver uma ilusão pior que a dos Wheeler. Nesta fase é Frank Wheeler quem começa
a racionalizar e a temer todas as dificuldades da mudança. Frank encontra a
desculpa perfeita para a não concretização dos planos de mudança, na promoção
que lhe é oferecida no emprego e na
gravidez não planeada de April. April, por seu lado, sem coragem ela própria
para levar adiante o plano sozinha, culpa Frank pela aniquilação dos seus
sonhos. Segue-se a tragédia.
Para mim o mais perturbante neste filme foi ver retratado um
sentimento comum à maioria dos ocidentais, aquele de que se é especial e de que
se foi destinado a uma vida mais excitante e significativa do que aquela que se
acaba por viver. Mais perturbante ainda foi
ver retratado o processo de racionalização e de desculpas, sobretudo a
si próprio, que a maturidade traz consigo, facilitando a aceitação da gradual
redução de horizontes e da não realização dos sonhos.
CSL
segunda-feira, 30 de abril de 2012
THE GOOD WIFE: a não perder para quem gosta de ver advogados em acção!
Esta série, em exibição na Fox Life, e que se encontra já na 3ª temporada, tem início, na 1ª temporada, com o rebentamento de um escândalo no centro do qual se encontra Peter Florrick, o State´s Attorney de Cook County, acusado de corrupção e de envolvimento com prostitutas. Apanhada de surpresa, Alicia Florrick ,a “good wife”, vê o chão fugir-lhe dos pés entre a recém descoberta traição do marido, a humilhação pública, a prisão daquele e o congelamento dos bens do casal, na sequência da investigação criminal em curso, e que ameaça pôr em causa a subsistência de Alicia e dos dois filhos adolescentes do casal.
Atordoada, Alicia contempla o regresso à carreira de advogada que abandonou anos antes, para se dedicar à maternidade na sombra da carreira política do marido. Mais de uma década decorrida afastada do competitivo mundo da advocacia, muita coisa entretanto mudou e Alicia agarra a oportunidade que lhe é oferecida por Will Gardner, antigo namorado dos tempos da faculdade de direito, solteirão cobiçado e também sócio de uma das sociedades de advogados mais prestigiada de Chicago a firma Lockhart & Garder.
Muito interessante é a evolução desta personagem ao longo das sucessivas temporadas, quer no âmbito profissional, no qual Alicia será obrigada a reaprender tudo, concorrendo com o recém-licenciado Cary Agos que se encontra a competir pelo mesmo lugar que Alicia, quer no âmbito pessoal no qual Alicia procura equilibrar as suas facetas de mulher e mãe. O melhor desta série: a par da novidade e actualidade dos casos jurídicos que se sucedem a cada episódio ao estilo de Boston Legal, sem o nonsense, corre em paralelo a história de vida dos vários personagens que integram a série, factor que cria no espectador múltiplas expectativas em relação a várias vertentes da história a decorrer em simultâneo, a cada novo episódio. Personagens deliciosas são, a título de exemplo, a Diane Lockhart representada pela maravilhosa Christine Baranski, no papel de sócia de Will Gardner. Mulher madura, liberal com aversão à ideologia republicana, a Sarah Palin e a armas de fogo e que algures na série viverá momentos divertidos numa relação amorosa com um republicano especialista em armas de fogo. Eli Gold, o desconcertante gestor da campanha de Peter Florrick (quando este decide candidatar-se a governador de Cook County, após ser ilibado das acusações de corrupção) de pensamento rápido, que corta a direito no que toca à gestão da opinião pública, sem grandes preocupações morais ou sentimentais, contudo com um lado “humano” muito interessante. Kalinda Sharma, a investigadora privada ao serviço, a tempo inteiro, da firma Lochart Gardner, com um passado obscuro, que seduz homens e mulheres e descobre pistas, a maioria das vezes de forma ilegal, fulcrais para o sucesso dos casos defendidos pela firma nos processos em julgamento.
Nos EUA a temporada 3 acabou este mês e a CBS já anunciou a sua renovação para uma 4ª temporada, sem data ainda de estreia mas com rumores para 2013!
Série muito boa, a não perder!
Série muito boa, a não perder!
CSL
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