quinta-feira, 29 de março de 2012

The Hunger Games: o Filme


Ontem fui ver este filme. Não li os livros da Triologia da Suzanne Collins e, talvez por isso, tenha saído da sala de cinema com a sensação que “there is more to it”, do que aquilo que se viu. O filme tentou condensar possivelmente uma história que de certeza tem muitos mais a acrescentar do que pouco mais de 2 horas numa sala de cinema. Os pormenores deixados de fora, e talvez uma narrativa menos rápida, teriam enriquecido mais a história. Por vezes os pormenores fazem a diferença mas também é entendível que condensar um livro num filme vai levar sempre a perdas importantes, contrariamente ao que a narrativa literária proporciona. Pontos fortes da história que passaram para o espectador: uma sociedade pós apocalíptica passada na Antiga América do Norte conhecida agora como Panem, em que os valores foram totalmente deturpados e perdidos, um jogo sanguinário que faz as delícias do povo tal qual antiga arena romana, um programa de televisão em formato reality show, ao estilo Big Brother, líder de audiências onde a sobrevivência de uma criança é o instinto mais básico e mais aplaudido, uma comunidade mineira orgulhosa com uma história de revolta e, no centro da acção, uma rapariga comum com gosto pela caça e dividida entre dois rapazes, um amor de juventude e um amor que cresce por necessidade de sobrevivência.
Pontos fracos da narrativa que a meu ver se perderam devido ao pouco tempo que um filme exige face a um livro: a rápida e parca explicação sobre a história da formação daquela sociedade, a fraca explicação dos distritos que compõe a mesma, a origem e justificação pouco convincente para a existência dos “Jogos da fome”, a quase nula explicação da história de vida da protagonista e da sua relação com o primeiro amor e a rapidez de acção dedicada ao “jogo” em si, que na realidade dura 2 semanas.
Condensar toda esta informação num filme seria bastante difícil, talvez por isso a história do The Hunger Games fosse melhor retratado em série do que em filme. Quem sabe se no futuro isso não acontecerá, não seria a primeira vez.
Outra coisa que não deixa de ser interessante neste filme é o guarda-roupa e a forma como os habitantes do Capitol, a capital, se apresentam, quase como figuras retiradas de um quadro do renascimento com trejeitos que remetem para a banda desenhada.
Ponto alto para mim: o poder do “close up” televisivo após uma cena dramática de um funeral improvisado e de um sinal entendido por uma comunidade oprimida com o orgulho escondido.
O final do jogo para a protagonista, a remeter para o clássico Romeu e Julieta, é um pouco previsível mas fica no ar a necessidade de uma conclusão, deixando assim o caminho livre para um segundo filme.
Vale a pena ver do ponto de vista de entretenimento pois contém todos os ingredientes para um bom filme: um vilão, uma multidão em fúria, uma heroína, um amor complicado e muita acção e sangue.

CNL

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